E esse é o primeiro post de 2015, eba! Mas vamos ao que interessa. É fato que o início de todo ano carrega com si as famosas promessas de ano novo. Fomos ensinados a acreditar que um novo é um novo ciclo que serve para que possamos realizar tudo aqui que tivemos preguiça de realizar. Então, naquele belo momento em que os fogos de artifício invadem o céu é a hora em que dizemos dentro do nosso coração que iremos estudar mais, trabalhar direito, não gastar o dinheiro com coisas inúteis, que faremos viagens culturais, não deixaremos o guarda-roupa virar uma bagunça. Também seremos boas pessoas que fazem ações de caridade dentro de orfanatos e asilos, não julgaremos os outros, colocaremos aquele velho sonho em prática.
 Então, o ano começa. Dois de janeiro, três de janeiro. “Ainda é começo de ano, tenho muitos dias para fazer a diferença na minha vida, vou relaxar um pouquinho”. E o grande problema se torna esse ‘pouquinho’, porque logo ele se transforma em muito, e o muito é quase impossível de controlar. De repente é fevereiro, março, julho, setembro, ops, dezembro! Acabou o ano mais uma vez e o que foi feito? Nada.

Os velhos hábitos foram mantidos, aquele defeito que tanto nos incomoda continua lá, o lixo que deveria ser jogado fora continua armazenado e tais promessas de ano novo caem no esquecimento. É difícil mudar, fazer diferente. É preciso que se acredite muito para que algo se cumpra, é necessário ter concentração, foco, mas principalmente, é preciso sonhar e alimentar todos os dias aquele sonho que se quer alcançar.

A mudança é algo complicado. Crescemos em um mundo em que a comodidade está ao alcance dos nossos olhos antes mesmo de pensarmos no conforto. A grande verdade é que alguns sonhos, desejos e promessas de ano novo estão barradas por um mundo que não acredita que é possível alcançar algo diferente e que sair da nossa realidade é uma missão impossível.

Algumas vezes temos tudo para brilhar e fazer algo impressionante e quem nos barra não é nossos pais, nossos amigos, nossos colegas. Somos nós mesmos. Deixamo-nos levar pela ideia de que dá para fazer depois, que tem tempo. Só que esquecemos que o tempo não está ao nosso favor. Esquecemos que a vida corre rápido demais e que temos que correr atrás dela para fazer algo acontecer. Escrevo isso porque sou péssima em cumprir promessas de ano novo, e sei que a pessoa que mais me impede de realizar tais feitos sou eu mesma.

Quando não consegui o que prometi, foi porque eu não me dediquei o suficiente, eu não corri atrás como deveria, eu deixei para outro dia e acabei nunca fazendo. Ainda assim, em 2014 eu consegui cumprir uma das minhas promessas de ano novo e fiquei imensamente feliz, porque vi que foi algo que só eu acreditei no início e eu consegui fazer e chegar em lugares que queria.

Qual foi essa resolução? Bem, fazer um grande projeto. E eu fiz. Procurei alguém para fazer comigo e não achei. Então fiz sozinha. Meu projeto foi “Debatendo a Questão de Gênero”. Foi uma superação para mim porque não acreditava que poderia dar em algo. Estudei em um colégio técnico e fazer um projeto falando de uma questão social era quase uma utopia. Mas eu fiz. Debati feminismo com colegas de todo o campus, meu nível de estudo aumentou, comecei a consumir uma mídia super bacana, meus argumentos e minha escrita melhoraram. Saí do projeto com uma pesquisa escrita, um diário de bordo imenso e super completo, com a participação em três feiras de ciências e tecnologia e duas medalhas. Pela primeira vez na vida, eu senti muito orgulho de mim e eu vi que dá para fazer.

Às vezes, pensamos em várias promessas de ano novo, queremos alcançar tantos lugares que parece que impossível alcançar no mínimo um desses lugares. Levo minha lição para 2015 e trago para cada um que ler: Talvez muitas promessas não nos levem a muitas coisas, porém se conseguirmos pensar em algo só e focarmos naquilo, pode ser que consigamos ir além do esperado, além do que achamos que conquistaríamos.

Apenas uma promessa de ano novo pode significar uma mudança radical na vida de uma forma surpreendente e até engraçada. Um novo ano significa que novos caminhos surgem a frente, novas batalhas, maiores dificuldades, novos descobrimentos, novos risos, novas piadas, novos amigos, novas vivência.

Quem é que sabe onde estaremos em dezembro de 2015? A vida é muito ampla e confusa para se delimitar um lugar certo. A todos que acompanham o blog: vamos viver intensamente? Vamos acreditar em nós mesmos? Vamos sair do conforto e jogar no lixo aquilo que nos incomoda há anos? Vamos buscar a felicidade?

No final do ano, a gente se encontra por aqui e vê o que deu pra fazer neste novo ano. Eu já tenho minhas promessas de ano novo. Sim, esse ano serão duas, e não apenas uma, mas não vou contá-las ainda, porque eu não quero que ninguém saiba sobre elas. São projetos especiais que podem (ou não) dar certo.

Um feliz 2015. Que esse ano as realizações de cada um alcancem o impossível.