E nessa de sonhar contigo

14:34



Eu sempre fui muito minha, minha e de ninguém mais. Gostava da aura independente que circundava meu espectro atrapalhado diante do mundo. Até o dia em que você reapareceu na minha vida. Até o dia que eu fui dormir rindo do nosso papo confuso pelo celular. E nessa de dormir pensando dos ditos que foram mal ditos entre nós, que eu acabei por sonhar com você.

E nessa de sonhar contigo, que acabei por me deparar com a minha estrutura abalada. No sonho, seu riso valia mais do que eu podia imaginar, o suficiente para me desestabilizar. De repente, a sua tentativa de me beijar que só estava em minha mente arrepiava-me dos pés à cabeça.

Num tempo-espaço alheio, perdido entre os meus pensamentos, lá estava você, dominando o que não poderia ser dominado, sondando os caminhos a tantas escondidas. Me fez rir, tarefa difícil, missão dos deuses do Olimpo. Delineou meus ombros magros, os ossos saltados de minhas clavículas, encostou seus dedos em minha alma receosa.

Puxou-me, e me fez correr desse mundo louco pelas estradas que eu achava que conhecia, mas que se fizeram diferente porque você estava comigo. Encostou meu corpo temeroso nas paredes que há tanto tempo escoravam minha confusão, abalou o que eu achava como certo e apagou minhas certezas só de encarar em meus olhos perdidos.


Eu sempre fui muito minha, minha e de ninguém mais. Até o dia em que eu sonhei com você e acordei sorrindo. Até dia que sorri até cansar, só porque tinha sonhado com você. 



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