E nessa de sonhar contigo
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Eu
sempre fui muito minha, minha e de ninguém mais. Gostava da aura independente
que circundava meu espectro atrapalhado diante do mundo. Até o dia em que você reapareceu
na minha vida. Até o dia que eu fui dormir rindo do nosso papo confuso pelo
celular. E nessa de dormir pensando dos ditos que foram mal ditos entre nós,
que eu acabei por sonhar com você.

Num
tempo-espaço alheio, perdido entre os meus pensamentos, lá estava você,
dominando o que não poderia ser dominado, sondando os caminhos a tantas
escondidas. Me fez rir, tarefa difícil, missão dos deuses do Olimpo. Delineou
meus ombros magros, os ossos saltados de minhas clavículas, encostou seus dedos
em minha alma receosa.
Puxou-me,
e me fez correr desse mundo louco pelas estradas que eu achava que conhecia,
mas que se fizeram diferente porque você estava comigo. Encostou meu corpo
temeroso nas paredes que há tanto tempo escoravam minha confusão, abalou o que
eu achava como certo e apagou minhas certezas só de encarar em meus olhos
perdidos.
Eu
sempre fui muito minha, minha e de ninguém mais. Até o dia em que eu sonhei com
você e acordei sorrindo. Até dia que sorri até cansar, só porque tinha sonhado
com você.
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