Ela decidiu acreditar que era pra ser
18:00
Ela pegou o celular outra vez. Nenhuma mensagem dele. Não ia
puxar assunto outra vez. A certeza era de que ele nem estava se tocando que ela
estava sentindo algo confuso por ele. Enquanto ela ficava perdida em seus
devaneios, tendo sonhos esquisitos que não deveria ter. A verdade é que não
fazia sentido algum. Só acontecera.
Ela estava lá, vivendo seus dias, um de cada vez, sem
esperar qualquer coisa da vida. Quer dizer, esperava tranquilidade por uns
tempos. Instabilidade demais cansa. Mas, de repente, em um dia perturbado, em
um lugar errado, tarde da noite, ela bateu os olhos sobre ele outra vez. Ele
não a viu, em um primeiro momento. Vê-lo, após tanto tempo, como uma pessoa
diferente do que era esperado foi suficiente para bater um choque no coração
frágil que possuía.

Ao olhá-lo pela segunda vez, deu um sorriso franco, que
também não sabia de onde vinha, mas estava ali, de uma forma doida e fora de
série. Desde aquele dia, ela não parou de sorrir. Dormiu sorrindo, acordou
sorrindo. Não tinha sentido nenhum. Confessou as amarguras contidas em seu
interior, e lhe falaram “Acho que é amor”.
Nessa de achar que era amor, ela foi levando os dias, na
espera de uma mensagem, na espera de um sorriso recíproco, na procura de que o
outro lado visse um sentido naquela história sem nexo que andava construindo em
sua cabeça. Não sabia se aconteceria. De certa forma, entregava os caminhos a
serem percorridos ao futuro. Será que passava algo semelhante pela mente dele?
Não esperava muito da vida, há tempos tinha sido dominada
pelo pessimismo de que as coisas simplesmente não acontecem porque se quer.
Todavia, ainda restava resquícios da ideia de que as coisas acontecem porque
têm que acontecer. Entre os pensamentos perdidos que estavam sempre por lá, ela
gastava o seu tempo em olhar o sol a se pôr e a fazer respirações controladas.
Até que seu celular vibrou. Até que ela viu um olá de quem
ela esperava. Até o momento em que ela decidiu acreditar que era pra ser.
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