Que a vida seja tão louca quanto se espera

22:23



Já diziam os grandes filósofos que a reflexão se faz necessária, de forma constante e sem fim. Se olhasse para minha vida há alguns meses, não conseguiria constatar que tudo mudaria e tudo seria refeito de modos inimagináveis. Olho ao meu redor e só consigo contemplar as belezas e as maldades que a vida se atreveu a fazer comigo.

Apesar da máxima bíblica que não há nada de novo dentro desse universo louco que habitamos, é possível afirmar que tudo se reconstrói de um jeito tão alucinado e intenso que a não existência do novo só implica na certeza que as coisas se encaixarão em algum momento, assim como se encaixou na vida dos milhares de insanos que passaram pelos caminhos que hoje arriscamos percorrer.

Não existe a possibilidade de negar a magnitude da vida. Não há como estabelecer um controle do que somos ou seremos, percepção tomada a partir do inesperado, das surpresas fora de regra, dos planos que deram errado, das músicas que desafinaram e das curvas que não eram esperadas. 

Nas mudanças curiosamente conhecidas enquanto imprevistos, chegamos até o dia que o universo nos censura de todo o medo, de todo o receio, de todo o desespero que vem com um caráter tão desenfreado.

Nas conduções esquisitas dos nossos dias, é perceptível que toda a energia que existe no mundo nos obriga a segurar em nossas mãos o que somos e queremos. Não somos o que o outro visualiza, não somos o que o outro precisa. Somos o que nos foi encarregado em algum sentido espiritual confuso. Somos o que já é determinado.



É claro que a desistência das missões vitais pode acontecer. Porque o debate entre a existência ou não do destino, a discussão em como nossas vontades se constroem dentro do que seremos perpassa pela grande ideia de que nada é realmente certo, efetivo ou minimamente único.

Quais são os futuros possíveis? Quais são os caminhos que podemos abrir? Questiono-me, incessantemente, se a simples crença em uma vida incrível basta para que o universo conspire a favor das nossas vontades, das nossas obrigações, dos anseios do nosso ser.

Acho que o que quero dizer com todo esse amontoado de palavras que eu tento transformar em algo poético, é que tudo mudou. Que tudo muda, e que não existem muitas certezas sobre o porquê das coisas mudarem.

A vida é um tanto esquisita, e talvez eu seja mais, pra aceitar que ter o controle da vida talvez não seja algo realmente necessário. Estou, de certa forma, feliz por onde acabei caindo nas várias tentativas que tive para domar como o nascer do sol se efetivaria em minha vida.


Não sei o que será no dia de amanhã, mas carrego a certeza que muito há para ser vivido. O mundo gira, faz as suas voltas e tudo segue. Que o futuro seja tão perturbador quanto o presente, que a vida seja tão louca quanto se espera, que tudo mude o tempo inteiro, e que eu não canse nunca de lutar para ser feliz.


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