"Quando virei tão adulta para tomar decisões como esta?"

13:48

           

            Começo o meu texto analisando a reflexão contida no título. Coloco-a entre aspas porque a vi escrita por aí, mas minha memória fraca não me permite lembrar quem é o autor. Vamos ao velho assunto: Futuro, futuro, futuro.
Alguns dias atrás minha maior responsabilidade era fazer a lição de casa, a qual não tinha mais que duas folhas de um caderno pequeno. Alguns dias depois, minha responsabilidade aumentou para andar um pequeno percurso sozinha, da escola para casa. Passando um pouco mais de tempo, fui estudar em outra cidade, que se resumia a pegar ônibus sozinha.
De repente, sem que eu me desse conta, estava planejando morar em outra cidade, longe dos meus pais, da minha casa, da minha cama, do meu quarto, do meu mundo confortável. Pergunto-me como na época eu tinha tanta certeza de que tomar esta decisão me faria feliz.
Eu realmente sou mais feliz agora, e ainda assim, tenho tanto medo. Acho que sinto falta dos dias que querer ter um pouco mais de responsabilidade e independência parecia um tanto mágico.
O ponto em que eu quero chegar é que tenho pensado nas escolhas que farei nos próximos anos e como eles definirão a minha vida e o que serei. Não soa de modo tenebroso? Ok. Quem disse que não podemos errar? No entanto, a ideia de errar ao escolher a faculdade, a profissão, o curso, a cidade pra morar, um trabalho, o carro pra comprar, a cor pra pintar a casa que eu vou comprar é muito assustadora. Pense comigo, ser infeliz não está nos planos de nenhuma criança de cinco anos, nem das com mais falta de sorte na vida.
E se eu errar na faculdade que eu escolher?
            E se eu não conseguir pagar a conta de luz do mês de abril de um ano futuro?
            E se eu me estressar com meu colega de trabalho vagabundo?
            E se eu perder quem eu amo?
            E se eu não tiver uma carreira promissora?
            E se eu não tiver dinheiro pra comprar aquela bolsa vermelha que vi na vitrine?
            E se eu não achar alguém que realmente me encante?
            E se meu casamento der errado?
            E se eu perder as chaves de casa?
            E se eu for assaltada?
            E se eu não tiver uma casa decente?
            E se eu tomar chuva todos os dias?
            E se eu não me sentir realizada?
            E se eu não for feliz?

Pode dizer: Quanto pessimismo, Duda! E concordo com essa fala, em partes. Porque, meus amigos, tudo pode dar errado! Já pensou em como a vida pode não ser o que sonhamos quando éramos crianças?
Quando me tornei tão adulta para ter que pensar em assuntos como estes acima? Quantos questionamentos rodam minha cabeça.
Daqui um ano posso estar indo para a faculdade. Ou trabalhando. Já contei que vou ter que fazer benditas 360 horas de estágio na área do meu curso técnico?
Termino o meu breve texto dizendo: Nessa vida, tudo pode acontecer, meus caros. Espero que vocês tenham sorte. Espero ter sorte também. Até qualquer dia! 




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1 coment�rios

  1. Pois é, Duda, existe mesmo a tal questão de sorte. Ela é relacionada ao tal do acaso. O negócio é a gente buscar a ponderação, agir por meio de uma tranquilidade deveras vezes distante, procurar viver cada momento de uma vez sem se esquecer de que o futuro não existe (mas existirá). Dar bons exemplos, lutar contra os preconceitos internos e presentes no mundo, respeitar, silenciar-se quando for preciso. É preciso viver também numa lógica de transitoriedade: os momentos passam, as coisas mudam. Mesmo assim existem as tais essências de vida, aquelas que permanecem mesmo diante das constantes mudanças. E sabe quando foi que você se tornou suficientemente adulta pra tomar decisões? Quando seu estágio de pensamento mudou do concreto pro formal, quando os pensamentos pueris e legítimos da infância passaram a dar lugar aos pensamentos relacionados à maturidade do ser biológico. Com todos acontece o mesmo processo, mas o que faz alguns pensarem com mais responsabilidade e outros com mais imprudência é o todo das experiências e o poder da educação que recebemos. Bom, é isso, espero que eu tenha sido claro. Aaaah, continue a escrever bastante, a ler bastante, a estudar bastante! Assista a muitos filmes e músicas de vários lugares do mundo! E continue vivendo cada momento dessa experiência de vida. Como dicen los argentinos: Suerte, chica! Sidnei Sousa

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